Foi um ano surpreendente. Essa é a avaliação de 2020 da Unidade de Educação Ambiental (Educ) do Instituto Brasília Ambiental, no que se refere à área que está à frente. Apesar da pandemia, que criou a necessidade da adoção do teletrabalho, a unidade deu conta de todos os projetos planejados para o ano como o Parque Educador, Ambiente-se, Eu Amo o Cerrado, Fogo Apagou, Conexão Verde e o Programa de Educação Ambiental no Licenciamento, além de avançar em outras iniciativas, como o projeto Natal nos Parques.
Segundo o chefe da Educ, Marcus Paredes, o pensamento inicial, quando a pandemia chegou, foi que seria um ano perdido. Mas não foi. A área se reinventou, descobriu outras ferramentas educativas, como vídeos, videoconferências, por exemplo, e atendeu à comunidade de uma forma mais criativa. Ele admite que houve queda quantitativa no que se refere às ações que têm o seu objetivo, diretamente, ligado a encontros presenciais, como os projetos Parque Educador e o Ambiente-se, que visam, entre outras coisas, proporcionar contato físico das pessoas com a natureza nos parques e Unidades de Conservação.
Mas ressalta, que outras áreas tiveram avanços na implementação de novas ferramentas, como o projeto Continue Acertando, o Eu Amo o Cerrado e o chamamento para gestão do Centro de Prática Sustentáveis (CPS), considerado a grande entrega da área no ano. “Por isso, avalio que no geral, 2020 foi mais positivo que a expectativa inicial. Houve ganhos”, afirma Paredes.
Mesmo com a pandemia, o projeto Parque Educador conseguiu atingir 758 estudantes, ocorreu em 21 escolas, atendendo a 35 turmas; que tem como objetivo fortalecer a educação ambiental no Distrito Federal, ampliar o espaço educativo para as escolas públicas, em especial, àquelas de ensino integral, aumentar a integração das Unidades de Conservação com a comunidade, fortalecendo o sentimento de pertencimento.
Parque Educador está presente na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), Monumento Natural Dom Bosco (Lago Sul), Centro de Práticas Sustentáveis (Jardim Mangueiral) e nos parques ecológicos Sucupira (Panlatina), Águas Claras, Três Meninas (Samambaia), Saburo Onoyama (Taguatinga) e Riacho Fundo.
Eu Amo o Cerrado foi outro projeto que se fortaleceu em 2020. Foram produzidos quatro cartazes Flores do Cerrado, em parceria com a Superintendência de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (Sucon). Também foi feito o cartaz virtual, Anfíbios do Cerrado, em parceria com o Museu do Cerrado da Universidade de Brasília (UnB). E têm mais dois cartazes que serão lançados ainda este ano, sobre Plantas Medicinais do Cerrado. O projeto também manteve seu site www.euamocerrado.com.br, que está em processo de transição para o institucional.
O projeto Fogo Apagou foi iniciado este ano com o objetivo de se somar às ações preventivas de combate ao fogo florestal. Paredes destaca que, apesar de os brigadistas serem os principais responsáveis, a redução da área queimada em 50%, que ocorreu este ano, também resulta do trabalho da educação ambiental. “Distribuímos o Almanaque do Fogo, 3ª edição. Foi um sucesso e uma conquista”, lembra.
Já o Programa de Educação Ambiental no Licenciamento, que é uma condicionante para a licença, contabiliza 40 processos em tramitação para a execução de ideias. Muitos deles estão em plena execução, apesar da pandemia, como algumas experiências virtuais de diagnósticos com as comunidades. Mas a principal conquista deste programa é interna.
“Estamos reelaborando um novo fluxo para agilizar e reduzir o passivo dos processos de projetos de EA em tramitação. Muitos dos processos estão sem desenvolvimento, parados por alguma questão burocrática. Acreditamos que o fluxo dessa análise deve ser corrigido. Apresentamos uma proposta de novo fluxo que deve contribuir para que a análise seja um pouco mais efetiva e tenha mais qualidade nas ideias”, esclarece o chefe da Educ.
As plantas medicinais e os saberes tradicionais são alvo do Projeto Conexão Verde. É um programa novo implantado no final de 2019 e este ano esteve em plena execução com recursos na ordem der R$ 90 mil, oriundos de compensação ambiental. “Nesta execução fizemos canteiros de plantas medicinais nos parques ecológicos do Riacho Fundo, de Águas Claras, de Sucupiras, e estamos em construção no CPS, em alguns canteiros. Ele tem essa característica. Fizemos este na também, bem no início, antes da pandemia, um curso de plantas medicinais do Cerrado”, compartilha Paredes.
Articulações e entrega – Além dos projetos a Educ desenvolve articulações institucionais e intrainstitucionais. Foram realizados este ano dois acordos de Cooperação Técnica. Um com a Secretaria de Saúde, que trata de plantas medicinais, saberes tracionais e rodas de conversa. E outro com o Instituto Federal de Brasília (IFB), que resultou em cursos de viveiristas no CPS.
E por falar em CPS, o chamamento público para gestão compartilhada do Centro foi considerado a conquista mais importante, a principal entrega da Educ este ano. “Tivemos um vencedor que foi o Movimento Comunitário do Jardim Botânico, uma instituição robusta, que existe na região há anos e a tempos vem trabalhando com o Brasília Ambiental. Agora vai trabalhar de forma mais oficial e trazer uma série de ganhos para o CPS. Temos de 10 a 15 projetos e eventos novos já programados para acontecerem no Centro em 2020”, comemora o chefe da Educ.
Entre as soluções criativas está a desenvolvida pela A3P, que é uma ação interna voltada para o servidor. Por meio de parceria com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) foram produzidos vários vídeos ao longo do ano, que integram a campanha Continue Acertando, na qual o foco são as boas práticas no trato com os resíduos sólidos.
Apoio à Fiscalização – A Educ manteve também este ano a construção de uma campanha de apoio à fiscalização, que envolveram dois temas: maus tratos a animais e poluição sonora. Esse material está na fase final de lançamento, com previsão ainda para este ano. “Além da questão explicativa, a campanha informa para o cidadão como ele deve atuar quando tiver um problema de maus tratos a animais, e a mesma coisa para poluição sonora. O orientamos como identificar estes problemas e como agir”, informa Paredes.
Outra inovação deste ano é o Natal nos Parques, que está sendo realizado nos parques ecológicos de Águas Claras e Olhos D`Água. Nestas unidades foram colocadas tendas com decoração natalina, porém com apelo ambiental. Nelas também estão sendo distribuídas mudas de plantas do Cerrado.
O ano também foi marcado pela retomada da Comissão Interestitucional de Educação Ambiental (CIEA), que é a instância máxima de EA no DF. A Comissão é formada por 12 entidades e órgãos que executam este tipo de educação, como por exemplo Emater, Adasa, Secretaria de Saúde e Secretaria de Meio Ambiente (Sema). Segundo Paredes, a Comissão é uma rede que foi revitalizada para fazer cumprir a política e executar o Plano Distrital de EA.
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