A Gerência de Fauna Silvestre do Instituto Brasília Ambiental realizou muitas entregas em 2024. A área destaca, por exemplo, a abertura do Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus), localizado em Taguatinga, que começou em fevereiro, com capacidade para atendimento/acondicionamento de até 110 animais por mês, e fechou o ano com o registro de 1.954 animais atendidos.

Rodrigo Santos, gerente de fauna, destacou a dedicação da equipe: “Os resultados que alcançamos este ano refletem o compromisso e a excelência técnica de cada profissional envolvido da equipe, tanto servidor como estagiário. Nosso time não mede esforços para cuidar da fauna e promover um ambiente equilibrado. Sou grato e orgulhoso pela equipe e  trabalho realizado, que reforça o papel do Brasília Ambiental como referência na proteção da biodiversidade.”

Do total de animais atendidos, 61% foram aves, 37% mamíferos e 3% répteis. O tempo médio de permanência de uma ave no Hfaus foi de oito dias para mamíferos, nove dias para répteis, e dez dias para aves. O Hospital funciona 24 horas, durante os sete dias da semana, incluindo finais de semana e feriados.

No que concerne à procedência dos animais em 2024, as regiões administrativas do DF com maior quantidade de animais resgatados e levados ao Hfaus foram, na ordem: Lago Sul, Asa Sul, Lago Norte, Candangolândia e Asa Norte. As espécies mais atendidas foram o gambá-de-orelha-branca ou saruê (Didelphis albiventris), periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri), sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata) e a coruja-buraqueira (Athene cunicularia).

Outubro e novembro foram os meses com maior quantidade de animais atendidos no Hfaus, 479 e 331, respectivamente. E a principal causa de entrada no hospital foi para cuidados neonatais, com assistência a filhotes e jovens, seguido do atendimento a lesões ou fraturas.

Outros destaques – O Sistema Informatizado de Gestão de Criação de Passeriformes (SisPass) também foi destaque, na área de fauna, em 2024. O setor expediu 85 pareceres técnicos com análises para homologação no sistema de controle, dos quais 76 foram deferidos com os interessados homologados no SisPass. Apenas nove foram indeferidos. A área explica que os interessados que foram indeferidos têm a opção de complementar as informações para serem analisadas novamente sem a necessidade de realizar novo pagamento para o serviço. Foram arrecadados, via boletos pagos, para os serviços de homologação R$ 23 mil.

Os serviços prestados na gestão da criação amadora de passeriformes silvestres contabilizam ainda 1.299 solicitações de renovação anual de licença, 1.281 boletos solicitados para serviços de renovação de licença, 1.122 licenças regularizadas após pagamento de boletos. O serviço de renovação de licença gerou um valor arrecadado de R$ 253.370,04. Foram realizados também 25 atendimentos presenciais, dois torneios de passeriformes autorizados, e 71 processos referentes à apuração de infração ambiental pela fiscalização. Foram ainda alteradas, no Sispass, 1.870 licenças.

A Gefau também é responsável pela gestão do Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre – SisFauna. Em 2024 foram analisados e respondidos 11 processos com solicitação de autorização de instalação de empreendimentos, entre fauna silvestre e fauna exótica. Além disso, foram realizados procedimentos de análise e vistoria para renovação de autorização de uso e manejo de quatro empreendimentos.

Acordos e Parcerias – Para a Fauna, 2024 também foi marcado pelo Acordo de Cooperação Técnica Científica entre o Brasília Ambiental e a Organização da Sociedade Civil Jaguaracambé. O Acordo visa o intercâmbio científico, didático, educacional e cultural relativos a projetos de pesquisa de monitoramento, diagnóstico, prognóstico, manejo e avaliação sanitária de animais silvestres e espécies exóticas no DF e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE).

Outro Acordo de Cooperação Técnica assinado o ano passado, foi entre o Instituto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) e o Ibama. Este foi no intuito de priorizar a divisão de tarefas entre os órgãos partícipes para uma melhora sistêmica nos serviços prestados pelo Cetas/DF à biodiversidade, assim como a incorporação dos novos atores ao processo.

O Instituto também iniciou as tratativas, no âmbito da fauna, para um Acordo de Cooperação Técnica com o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA). A gestão da área explica que, com a criação do Hfaus, houve uma confluência de interesses natural com o trabalho de resgate de fauna realizado pelo PM, por meio de seu BPMA/DF no DF e no entorno. Considerando que as interfaces interativas entre os órgãos distritais convergem em diversos pontos, como proteção de áreas ambientalmente protegidas, por exemplo, foi idealizada a celebração desse Acordo para facilitar a troca de informações, intercâmbio de conhecimento, cursos e treinamentos na área de manejo e reabilitação de fauna silvestre.

Ainda nesse rol de parcerias, foi assinado também Termo de Cooperação entre a autarquia e a Universidade Católica de Brasília (UCB) para o monitoramento de capivaras e carrapatos-estrela. O projeto terá duração de três e cinco vertentes de estudo serão realizados, entre os principais, o monitoramento e a avaliação de circulação de zoonoses.

Grandes mamíferos – No que se refere ao monitoramento dos médios e grandes mamíferos do DF, em 2024 foram envidados esforços para garantir um monitoramento sistemático na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae) e ampliação do programa com a aquisição de 14 armadilhas fotográficas.

Novas áreas também foram contempladas no projeto, com monitoramento sistemático, como o Parque Distrital dos Pequizeiros, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Cafuringa, Estação de Rádio da Marinha (Apa da Bacias do Gama e Cabeça do Veado).  Em 2024 ocorreram ações pontuais solicitadas por interessados, como em áreas peri-urbanas de Sobradinho.

Os gestores da área destacam que a aquisição de armadilhas fotográficas pelo Brasília Ambiental, em 2024, trouxe uma série de resultados esperados que são fundamentais para o sucesso do programa de monitoramento de médios e grandes mamíferos coordenado pela Gefau.

Destacam que essa iniciativa está alinhada com a proposta de parceria via acordo de cooperação com a OSC Jacaracambé, já mencionado. Com relação aos resultados esperados, a aquisição permitirá: coleta de dados precisos; ampliação da área de monitoramento; identificação de Espécies Ameaçadas; aprimoramento do conhecimento científico; e base para tomada de decisões, entre outros ganhos.