Por quê um Hospital e Centro de Reabilitação de Fauna Silvestre (HFAUS)?
O Cerrado é um dos mais ricos em biodiversidade e, ao mesmo tempo, um dos mais ameaçados do planeta. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente cerca de 2.653 espécies de animais vertebrados habitam o Cerrado. Além disso, há um grande número de espécies de invertebrados, plantas e fungos que ainda não foram descritas pela ciência. O crescimento das áreas urbanas e a consequente ocupação de áreas preservadas do Cerrado intensificam a pressão sobre a fauna nativa, resultando em acidentes como atropelamentos e choques em redes de alta tensão, que frequentemente demandam atendimento veterinário de urgência.
O Distrito Federal é uma das unidades da federação que mais recebe animais silvestres em estado crítico. No entanto, até o momento, não contava com uma unidade médico-hospitalar institucionalizada pelo Governo do Distrito Federal para atender à demanda gerada por resgates de animais, apreensões em casos de maus-tratos ou pela posse irregular desses animais.
Fotos – Paula Cezário
A criação do HFAUS
Em 2023, o Instituto Brasília Ambiental lançou um Edital de Chamamento com o objetivo de estabelecer uma parceria para a implementação de um programa abrangente voltado à recepção, triagem, marcação, transporte, atendimento veterinário, acondicionamento, reabilitação e apoio à destinação de fauna silvestre no Distrito Federal. Essa parceria foi firmada com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Sociedade Paulista de Medicina Veterinária. O HFAUS/DF iniciou suas atividades em fevereiro de 2024, operando em uma instalação localizada no setor hoteleiro de Taguatinga. Nesse espaço, é possível atender concomitantemente até 170 animais silvestres feridos por mês.
Um dos diferenciais desse serviço, oferecido pelo Governo do Distrito Federal, é o funcionamento ininterrupto do HFAUS/DF: a unidade estará aberta 24 horas por dia, 7 dias por semana, garantindo atendimento durante noites, madrugadas, finais de semana e feriados. Vale destacar a colaboração com instituições relevantes, como o Ibama, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Proteção Animal (SEMA/DF), a Fundação Jardim Zoológico de Brasília e o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA/DF), que fortalecem todo o processo e ampliam o alcance das ações em prol da fauna silvestre.
Quem pode levar animais ao Hospital e Centro de Reabilitação de Fauna Silvestre (HFAUS/DF)?
Os serviços prestados pelo HFAUS/DF são exclusivos para a fauna nativa livre que necessite de atendimento emergencial. Assim, a população em geral não está autorizada a levar animais diretamente para o local. Por exemplo, se você possui um canário-da-terra ou um jabuti que precisa de atendimento veterinário, esses casos não podem ser atendidos no hospital.
Nesta primeira fase de operação, o foco principal é atender à demanda crescente de órgãos governamentais responsáveis por resgates ou apreensões de animais silvestres, garantindo atendimento médico-veterinário e acondicionamento temporário. Vale lembrar que o hospital possui uma capacidade limitada de atendimento, o que reforça a necessidade de priorizar os casos encaminhados por essas instituições.
Encontrei um animal silvestre machucado, posso levar nesse hospital?
Não. Não é recomendado que uma pessoa comum manuseie animais silvestres devido aos riscos envolvidos, tanto para o animal quanto para quem o manipula. Nesses casos, o ideal é acionar o Batalhão da Polícia Militar Ambiental pelo telefone 190, que possui profissionais capacitados para realizar o resgate de forma segura.
Além disso, você pode obter orientações prévias no canal de atendimento do setor de fauna do Brasília Ambiental, disponível via WhatsApp pelo número (61) 99187-3064.
Números do Hfaus em 2024
De fevereiro a dezembro/2024 foram atendidos 1.954 animais, dos quais 61% aves, 37% mamíferos e 3% répteis. O tempo médio de permanência de uma ave no Hfaus foi de 10 dias, para mamíferos oito dias e para répteis foram nove dias
No que concerne a procedência dos animais em 2024, a região administrativa com maior quantidade de animais resgatados e levados ao Hfaus foram, respectivamente: Lago Sul, Asa Sul, Lago Norte, Candangolândia e Asa Norte. A despeito das espécies mais atendidas no ano o gambá-de-orelha-branca ou saruê (Didelphis albiventris) foi a mais recepcionada seguida do periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri), sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata) e a coruja-buraqueira (Athene cunicularia). O mês de outubro e novembro foram aqueles com maior quantidade de animais atendidos, 479 e 331. Por fim, a principal causa de entrada no hospital foi para cuidados neonatais (assistência a filhotes e jovens), seguido do atendimento a lesões ou fraturas.
Sobre a Sociedade Paulista de Medicina Veterinária (SPMV)
Fundada em 10 de junho de 1929, a SPMV é uma associação sem fins econômicos, regularmente constituída desde 1976, possuindo as finalidades de assistência à saúde, educação e defesa da prerrogativa médico-veterinária. Ao longo de sua história, a SPMV tem desempenhado um papel importante na promoção do conhecimento científico e na capacitação dos profissionais da área através de cursos, congressos, simpósios e eventos científicos, a SPMV busca atualizar seus membros e promover o intercâmbio de informações entre os profissionais. Além disso, a instituição tem se empenhado para fomentar a pesquisa científica, a disseminação do conhecimento técnico-científico por meio de publicações, revistas e periódicos especializados e o desenvolvimento de Políticas Públicas em Saúde Única em parceria com a Administração Pública.
Para saber mais, clique nos links abaixo:
WhatsApp do Hfaus – (61) 99260-6673
WhatsApp do Setor de Fauna do Brasília Ambiental – (61) 99187-3064
SEPN 511 - Bloco C - Edifício Bittar - CEP: 70.750-543